sábado, 23 de março de 2024

Felizmente tenho memórias muito boas de quase toda a minha vida e adoro escrever sobre o passado, parece que estou a reviver e a saborear as experiências que tive.

Alfama onde vivia a minha avó paterna e onde nasceu o meu Pai e o irmão, quando dormia na casa da minha avó acordava todos os dias com os pregões das varinas que com as suas canastas à cabeça vendiam o peixe fresquinho, os pregões da fava rica, dos amoladores e os gritos de quem lá morava a avisar que vinha lá o polícia para pararem de sacudir as roupas à janela para não pagarem multas.

Os pregões da fava rica não me consigo lembrar mas o engraçado é que ainda hoje não gosto de favas fritas, quanto à sua outra questão é verdade, deitar fosse o que fosse pela janela, sacudir tapetes ou outra coisa qualquer se a polícia visse era multa pela certa.
Os tempos eram outros e a polícia também, havia a polícia de giro (penso que era assim que se chamavam) que estavam sempre a percorrer os bairros a pé por isso antes de sacudir, por exemplo, um tapete a minha avó olhava para todos os lados para ver se havia algum polícia para não ser multada.
 O Castelo de São Jorge quantas vezes fui para lá fazer um piquenique com a minha avó, íamos para perto de uma gruta onde havia uma fonte natural para nós ( com uns copos que se montavam) bebermos água fresca a acompanhar o farnel que levávamos,
A Feira da Ladra a minha avó morava na Cruz de Santa Helena, às 3 feiras e aos sábados saíamos de casa, passávamos pelo Casão directas à Feira da Ladra perdíamos muito tempo a ver cada pano no chão onde eram colocadas as mercadorias para venda, aproveitávamos para ir à Praça que ficava (penso que ainda existe) no meio da Feira e antes de voltar para casa íamos espreitar o jardim


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