sábado, 23 de março de 2024

 Quando começava a época das sardinhas, era de tradição na família, os meus Pais irem à Feira Popular comigo e com a minha irmã almoçar ao Lobos do Mar, a seguir iamos ao Café do Preto para eles beberem o café nuns copos de vidro encaixados numa pequena estrutura de metal com asa para não se queimarem, saíamos dali e íamos comprar rifas para tentar que saísse à minha Mãe um conjunto de tachos ou panelas, iamos dar a volta para ver as lojinhas que havia e voltávamos para casa para repetirmos no ano a seguir. Nunca iamos ver o Poço da Morte porque nenhum de nós gostava e nós tínhamos medo.

Tenho uma visão muito ténue disso tudo, lembro-me do café, tenho uma ideia do pavilhão das rifas que parecia os vendedores da banha da cobra que apareciam no Largo da Misericórdia em Lisboa que baixavam um lado das camionetas para de cima do palco vender tanto cobertores como pomadas, e quem estava à frente das rifas era parecido a apregoar quando a tômbola andava para se saberem os números das rifas sorteadas

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